Powered By Blogger

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Benditas Coisas

Até onde é necessário conhecer o todo?
Muitas vezes me pego pensando em saber apenas o superficial, não me interessar pelo conjunto interno e sim entender a superfície. Saber o todo as vezes nos faz muito chatos. Para que ser o expert em tudo? Para que saber as teorias e leis que regem o universo com todas as suas equações e estatísticas de origem, se o mais interessante é contemplar um céu estrelado a beira mar em ótima companhia.




Falar das viagens e dos lugares idos nos faz muito bem, até mesmo por ser um exercício saudável esse de compartilhar experiências, mas ficar com o gostinho do sonho, do desejo de conhecer os encantos de um lugar através da imaginação e ilusão é muito mais gostoso em alguns momentos. Divagar sobre os lugares, costumes, clima, cores, cheiros e sabores é de um prazer indescritível quando se pode ir a esses lugares através da imaginação.



Muito melhor do que estar acompanhando de alguém, que nada nos acrescenta e nem faz palpitar o coração ao ficar na expectativa de um novo encontro, é imaginar essa pessoa que poderemos encontrar e nos envolver através da imaginação. Supor, idealizar, desejar o indescritível e o que não se pode tocar é muito mais prazeiroso do que, por exemplo, estar ao lado de alguém que não desperta mais o imaginário, o romantismo e nem a curiosidade de saber mais e desvendar segredos.




Viajar no tempo é possível quando se tem mente aberta e corpo são para novamente brincar com os colegas de infância e relembrar aquele cheiro de bolo quentinho saindo do forno que nossa mãe preparou. Também é possível ir ao futuro e se imaginar numa carreira bem sucedida, realizada e com o grande amor que não encontramos ainda no presente e saber que contemplaremos tudo isso com a sabedoria, e sensação de que valeu a pena, e que os verdes que outrora não estavam maduros, agora estão no ponto de serem degustados e apreciados. Que sejam benditas essas pequenas coisas que nosso imaginário pode levar sem escalas e a hora que estivermos dispostos a encontrá-las.


Benditas coisas que eu não sei
Os lugares onde não fui
Os gostos que não provei
Meus verdes ainda não maduros
Os espaços que ainda procuro
Os amores que eu nunca encontrei
Benditas coisas que não sejam benditas

A vida é curta
Mas enquanto dura
Posso durante um minuto ou mais
Te beijar pra sempre o amor não mente, não
mente jamais
E desconhece do relógio o velho futuro
O tempo escorre num piscar de olhos
E dura muito além dos nossos sonhos mais puros
Bom é não saber o quanto a vida dura
Ou se estarei aqui na primavera futura
Posso brincar de eternidade agora
Sem culpa nenhuma